Uma pesquisa realizada na Universidade de Zurique concluiu que dentes gastos e abscessos eram o terror daqueles tempos. Este foi o primeiro estudo aprofundado da saúde bucal de faraós e membros da nobreza egípcia, e foi feito a partir de uma revisão de pesquisas realizadas em 3.000 múmias, desde 1977. Estes estudos só foram possíveis graças às técnicas de mumificação dos egípcios, capazes de preservar os dentes ao longo de milênios.

Tantos dentes gastos e quebrados aumentavam a demanda por especialistas, o que fez do Egito a terra dos melhores dentistas do Mediterrâneo durante a III Dinastia, por volta de 2.300 a.C.
Já naquela época, os médicos eram divididos em cirurgiões, oftalmologistas, veterinários e dentistas. Graças a seu talento e perícia, muitos deles iam trabalhar até em outras cortes. Vale lembrar que uma infecção da boca poderia levar até a morte na era pré-antibióticos.
Além de extrair dentes quebrados e podres, os dentistas da época drenavam abscessos e faziam até pontes dentárias, prendendo um dente solto a outro saudável. Para isso usavam fios de metal, até mesmo de ouro.
O estudo revela também outras utilidades dos dentes para os egípcios. Segundo os pesquisadores, os trabalhadores usavam os dentes como ferramenta para segurar cordas, esticar couro, entre outras funções.
Pobres ou ricos, porém, dividiam a mesma carência de higiene bucal. "Eles usavam um talo de papiro ou junco para tirar os restos de alimentos dos dentes e depois enxaguavam a boca Só isso"
Mesmo numa época em que o abismo entre ricos e pobres era tão grande ou até maior do que hoje, todos dividiam a mesma dor.